Adel Auada, filho de Odette Kairalla e Elias Auada, ambos libaneses, nasceu na cidade de Monte Alto, no interior de São Paulo, a 13 de novembro de 1933. Casou-se com Maria Irma Cardilli da Fonseca, advogada como ele, uma simática leonina de 15 de agosto.
Adel Auada formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco (USP) em 1957 e foi advogado de várias empresas, entre as quais a Enciclopédia Britânica. Em agosto de 1966, um dos diretores da empresa foi participar de um congresso nos Estados Unidos, que discutia os grandes negócios do final do século. Voltou dizendo que turismo e lazer eram os assuntos de que todos falavam e que ele e Adel iriam tratar desse negócio.
— “Mas como vamos entrar nisso? Eu sou advogado.”
— “Nós vamos entrar de qualquer jeito” – foi a resposta que Adel recebeu.
Um mês depois, em setembro, ele me telefona e diz estar comprando a agência Miller (fundada por Charles Miller [1874-1953], introdutor do futebol no Brasil) e que eu seria o seu sócio. Posteriormente, em 1972, a agência foi vendida para Carlos Lacerda, governador do antigo Estado da Guanabara, atual Rio de Janeiro, no mandato 1960-1965. A agência estava, então, com quatro lojas: São Paulo, Ribeirão Preto, Rio e Petrópolis.
— “Permaneci mais dois anos no grupo, denominado Novo Rio”, conta Adel.
Dois anos depois, em 1976, Adel Auada abriu a agência Travel Cred, que manteve até 2002, quando encerrou de vez as atividades como agente de viagem. Como revela:
— “Foi por ‘decurso de prazo’, pois então com quase 70 anos e depois de mais de 30 nessa carreira, achei que era hora de parar certas coisas e começar outras”.
Foi naquela agência que Adel criou o Clube de Férias, para fidelizar o cliente e introduziu um questionário pós-viagem para conhecer a opinião do passageiro.
— “Quando havia alguma reclamação mais séria, oferecíamos outra viagem. Fui criticado pela concorrência: eu estava acostumando mal o cliente. Acho que fui o antecessor do Código de Defesa do Consumidor”.
Adel Auda, Henry Maksoud e Michel Tuma Ness
Entre 1976 e 1979, Adel Auada foi presidente da ABAV — Associação Brasileira dos Agentes de Viagem e quando surgiam assuntos complexos convocava os quatro sindicatos então existentes em São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul, para não deixá-los de fora dos debates. Sua ligação com o turismo hoje é como diretor do Instituto Fenactur, da Federação Nacional do Turismo, que promove cursos para agentes de viagem de todo o País e da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, onde organiza ações de turismo com os países árabes. É também vice-presidente da Contur – Confederação Nacional do Turismo.
Recebeu a Medalha Anchieta, outorgada pela Câmara Municipal de São Paulo e títulos semelhantes em mais nove capitais do Nordeste. Escreveu artigos para publicações especializadas em turismo e dois livros. Um deles é o Clube do Feijão Amigo: histórias e estorinhas (trata-se de um grupo informal, criado em 1982 por ele e pelo presidente da Fenactur, Michel Tuma Ness (Michelão). O Clube do Feijão Amigo não tem regulamento ou mensalidades: seu objetivo é promover o companheirismo e a amizade, em reuniões em que é servido um prato à base de feijão. O outro livro é Assad Abdalla – sua obra e sua vida (2002), contando a trajetória desse imigrante sírio, que aqui se tornou um respeitado industrial.
e de amigos: o rotariano Sérgio de Castro e o jornalista Horácio Neves.
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