Waldomiro

Waldomiro Kairalla nasceu em Monte Alto, SP, em 19 de outubro de 1911.
Waldomiro, no detalhe da foto da família, em 1923, quando estava com 11 anos de idade. Aos 13 anos, montado a cavalo, numa foto feita na Fazenda Tabarana, em 1925. A foto da direita foi tirada em Andirá (PR), quando estava com 24 anos.
Waldomiro, no detalhe da foto da família, em 1923, quando estava com 11 anos de idade.
Aos 13 anos, montado a cavalo, numa foto feita na Fazenda Tabarana, em 1925.
A foto da direita foi tirada em Andirá (PR), quando estava com 24 anos.

A sua vocação para o estudo de línguas e para o magistério se revelaram naturalmente e foram apreciadas e apoiadas pelos que o cercavam. Faleceu cedo, aos 43 anos, por problemas cardíacos, dia 25 de abril de 1954.
Um bom resumo de sua vida, foi publicado no Jornal A Gazeta, na edição de 30 de abril de 1954, poucos dias após seu falecimento. Eis o relato:

Professor Waldomiro Kairalla

A Gazeta – 30 de abril de 1954

A Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo e o Colégio Visconde de Porto Seguro, desta Capital, acabam de sofrer grande perda com o súbito desaparecimento do professor Waldomiro Kairalla, falecido domingo último.

Ocupava atualmente os cargos de Auxiliar de Ensino junto à Cadeira de Língua e Literatura Alemã da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo e de vice-diretor do Colégio Visconde de Porto Seguro.

Formado na primeira turma de Letras Anglo-Germânicas da Faculdade (1942) e havendo se distinguido como aluno de altos méritos, recusou logo em seguida o cargo de Assistente que lhe foi oferecido pela Cadeira de Língua e Literatura Alemã.

O palacete na Alameda Glete em que ficou instalada a Fac. de Filosofia, Ciências e Letras da USP, entre 1938 e 1949. Waldomiro, em 1940, aos 29 anos de idade.
O palacete na Alameda Glete em que ficou instalada a Fac. de Filosofia, Ciências e Letras da USP, entre 1938 e 1949.
Waldomiro, em 1940, aos 29 anos de idade.

Em 1932 fazia o curso de engenharia Mackenzie College, quando deflagrou a Revolução Constitucionalista. Imediatamente alistou-se como combatente, tendo dirigido no posto de sargento o esquadrão de voluntários “Floriano Peixoto”. Passou momentos de duros sacrifícios de que resultou cair gravemente enfermo, vendo-se obrigado a abandonar os estudos por tempo indeterminado. Restabelecido, ingressou como professor do Colégio Campos Salles e logo após na Escola Técnica de Comercio Perdizes, da qual por longo tempo foi um dos sustentáculos e da qual só se desligou por motivo de venda do estabelecimento.

Intimamente ligado a inúmeros empreendimentos da Colônia Alemã desta Capital, promoveu uma campanha de beneficência em favor das crianças alemãs que padeciam fome e infra-nutrição em consequência da guerra. Falava correntemente sete idiomas: português, sua língua materna, o francês, o alemão, o italiano, o inglês, o árabe e o russo.

Era natural de Monte Alto, neste Estado, onde nasceu a 19 de outubro de 1911. Eram seus pais José Kairalla e d. Amelia Soubhie Kairalla, já falecida. São seus irmãos: Ana Olinda, casada com Nasry Habib Tarcha; Michel, casado com Elizabeth Williams Kairalla; Olga, casada, com João Buchalla; Alice, casada com Anísio Carac­cio; Nale, casada com Arcenio Riemma; Odete, casada com Alípio Gomes da Silva; João, casado com Lili Thomaz Kairalla; Eduardo e Os­waldo, solteiros,

Em sua homenagem foram suspensas as aulas do Curso de Letras Anglo-Germânicas da Faculdade de Filosofia, logo que ali chegou a noticia de seu falecimento. Junto ao túmulo, em nome da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo e do Colégio Visconde de Porto Seguro, falou o professor Linneu Schuetzer.

Um ofício da Faculdade de Filosofia

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E um dos anúncios fúnebres, nos jornais, foi feito em alemão pelos dirigentes do Colégio Visconde de Porto Seguro:

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