Histórias

1938 – um ano intenso

Arcênio e Nelly, logo após o casamento “encomendaram” um nenê. Maria Amélia, nasceu em 21 de abril de 1938, 10 meses após as núpcias. Foi uma grande alegria para o casal e, em especial para a família Riemma: Constantino Riemma e Maria Carreri Riemma, pais de Arcênio, ganhavam a primeira netinha.

Nelly com Maria Amélia no colo, Arcênio e seus pais Maria e Costantino

Como se tornou costume na família Riemma, o primeiro filho de cada casal recebia o nome dos avós. No caso, os nomes da avó paterna Maria Riemma e da avó materna Amélia Kairalla foram reunidos para o registro e o batismo do anjinho Maria Amélia Kairalla Riemma.
E neste mesmo ano de 1938 a dor deixou sua marca. A epidemia de febre amarela, que assolava o Brasil naquele período, levou o avô Constantino Riemma e sua netinha Maria Amélia com apenas seis meses de idade.

O primeiro liquidificador em Uchôa

É o Tino quem lembra de uma história bem típica do espírito curioso de seu pai.
Ao término da Guerra de 1939-45, com o alívio da escassez da farinha de trigo e de outros alimentos importados, ocorreu também um aumento notável na criação e oferta de utilitários e aparelhos domésticos.  Numa viagem com a família para o encontro de Natal, em São Paulo, o casal Arcênio-Nelly  conheceu a novidade do liquidificador na casa da Rosinha-Lido Piccinini.  “Não deu outra”  –  lembra o Tino  –  “e como as lojas estavam fechadas no Natal, papai ficou com o aparelho que a Tia Dolores (sua irmã) havia recém-comprado e levou todo animado para Uchôa. Foi o maior sucesso! O liquidificador foi testado nas casas de todos os amigos, no preparo de sucos.  Deixou campo aberto para experimentar diferentes combinações de ingredientes. O que se consumiu de frutas, não está escrito!”

Kuanji – o mano nissei

No período em que a família Arcênio-Nelly morava em Maringá, no Norte do Paraná, Arceninho frequentava o Ginásio Estadual. Entre os seus colegas de classe encontrava-se Kuanji, um nissei que vinha de bicicleta das terras de seu pai, Senzo Hoshiya, agricultor que mantinha uma plantação uvas e outras frutas. A distância que percorria era de dezesseis quilômetros ida-e-volta. Quando chovia, era impraticável pedalar na terra roxa da região. Nessas situações, Arceninho passou a convidar seu colega para ficar em casa, gesto plenamente endossado pelos seus pais. Nelly deu toda acolhida e logo estabeleceu relações com os pais de Kuanji e tudo ficou em família.

Nelly, madrinha de formatura do Kanji, no ginásio.
Nelly, madrinha de formatura do Kuanji, no ginásio.

Nelly era católica de coração e a sua motivação religiosa era uma fonte de aproximação com as pessoas. Assim, nada mais compreensível que Kimiko – sobrinha de Kuanji, filha de sua irmã Miya com Massaru Kato – fosse batizada na Igreja Matriz de Maringá, tendo Nelly como madrinha.

O batizado de Kimiko Hoshiya Kato teve Nelly como madrinha. Na foto de dezembro de 1960, os pais do bebê - Miya e Massaru - estão à esquerda, ao lado do Senzo Hoshiya (o avô e pai de Kuanji). À direita, Nelly com Kimiko no colo, ladeada pelo João Luís (segurando o Bilu), Orvile, Majô e Regina. O padrinho Arcênio, Kuaji e o Arceninho estão por trás da câmera fotográfica.
O batizado de Kimiko Hoshiya Kato teve Nelly como madrinha. Na foto de dezembro de 1960,
os pais do bebê – Miya e Massaru – estão à esquerda, ao lado do Senzo Hoshiya (o avô e pai de Kuanji).
À direita, Nelly com Kimiko no colo, ladeada pelo João Luís (segurando o Bilu), Orvile, Majô e Regina.
O padrinho Arcênio, Kuanji e o Arceninho estão por trás da câmera fotográfica.

A reciprocidade de vínculo não foi cortada quando a família Kairalla-Riemma deixou Maringá e se transferiu para Taubaté. Com o tempo Kuanji passou a integrante consumado nos encontros familiares e, atualmente (2015), trabalha com Bete, a esposa do Orvile, na administração de um estacionamento de propriedade do Arceninho.
É por isso que os filhos de Nelly-Arcênio dizem ter um mano nissei!

Taubaté – o porto de chegada

O ciclo de mudanças sucessivas  de cidades e de residências, decorrentes do antigo modelo da carreira para os funcionário de bancos comerciais, chegou ao fim quando a família Arcênio-Nelly aportou em Taubaté. Nessa cidade, a primeira morada foi na área residencial para o gerente do banco, que ocupava um amplo espaço nos fundos da agência. Com grossas paredes de taipa e pé direito alto, a casa era muito confortável e adequada ao clima quente da cidade.

A fachada do Banco Comercial, em Taubaté, na primeira metade dos anos 40. Esse período da Segunda Guerra Mundial pode ser comprovado pelo tambor atrelado ao automóvel: com a falta de gasolina utilizava-se o gasogênio como combustível alternativo. A fachada do banco, contudo, continuava a mesma nos anos 60. O portão menor, à esquerda, era a entrada para a residência do gerente, situada nos fundos da agência.

A fixação de residência de alguns dos filhos de Arcênio e Nelly, em Taubaté, foi reforçada pelos casamentos com pessoas de famílias taubateanas. Lá residem Arceninho, Orvile, Regina. Também Waldo sempre está por lá, já que a família da Iracema reside nessa cidade. Ainda no Vale do Paraíba, em São José dos Campos, moram a Majô e filhos.

2 thoughts on “Histórias

  1. Paulo Roberto Vandalete says:

    Linda História, linda foto..faltou a localização,…..mas .nunca deixem de postar ou publicar fatos que aconteceram em Taubaté, pois foram através destas Famílias e de muitas outras que vieram o crescimento de nossa Taubaté.
    Parabéns !

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