JUVENTUDE

Antigas lembranças

Youssef (José) Kairalla nasceu no Líbano, em Rashaya-el-Fohar, em 1880, na comarca de Hasbaya.

Em 1963, quando ditava suas memórias de há quase oitenta anos antes, ele dizia:
— É impressionante a maneira como consigo me lembrar dessa época remota. Os fatos me vêm com uma nitidez admirável, parecendo que não faz tanto tempo assim que se passou. É como se Deus me ilumina para que as minhas palavras e as minhas lembranças sejam as mais exatas possíveis.

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Artesão de cântaros e potes em Rachaya-al-Fokhar.
Gravura francesa do século 19.

O avô faz um breve silêncio compenetrado e começa a narrar os acontecimentos de sua vida:
— Com três anos de idade, fiquei com o olho esquerdo doente. Este é o fato mais antigo que me recordo. E me impressiono com esse dom humano de poder voltar tão longe no tempo. Foi um mal que os remédios caseiros aplicados por minha mãe não conseguiram debelar. Fui levado a um padre maronita de Káukaba, que tinha fama de grande curandeiro. No entanto, mau curandeiro, ao invés de me curar a visão, fez com que a perdesse.

— “Me leva deste “buchabell” (barba comprida) disse à mamãe, atemorizada diante do velho padre desconhecido, que ia tratar do meu olho magoado. O padre ficou furioso com este meu comportamento de criança e me deu um forte tapa no rosto, deslocando o queixo. Minha mãe, então, ajoelhou-se e, beijando os pés do padre maronita, implorou que não lhe deixasse sem o filho, que além do olho perdido, ficava também com o queixo deslocado.

Para nós, que vivemos hoje em dia neste Brasil bem tolerante com as crianças, fatos como estes acontecidos com o menino José nos tocam pela agressividade. Encerram, na verdade, um tom de exagerado rigor, que não está de acordo com os padrões atuais. Tratos brutos na infância, no mais das vezes, determinam que os homens cresçam também brutos. Isso, porem, pode ter um outro rumo quando se conta com a proteção da família. Os rigores no início da vida, igualmente podem motivar que muitos cresçam tolerantes, melhores entendedores da natureza humana, e se tornem muitas vazes mais caridosos do que aqueles que cresceram em vida fácil, mas que se desesperam diante de qualquer contratempo.

José Kairalla cresceu em um mundo rigoroso. Nem por isso, entretanto, foi envolvido pelos aspectos negativos. Ao contrário, acabou ele encarnando um alto padrão de comportamento ético, de respeito ao próximo, e que englobou preocupações pelo bem-estar coletivo.

Mudança para Mimes e os professores

— Quando eu tinha por volta dos 6 ou 7 anos, — continua vovô — meu pai mudou de Rachaya-el-Fohar para Mimes. Nesta cidade, me colocaram com um professor padre, que era tão severo, que ao invés de estimular as crianças, criava medo em seus corações e as desinteressavam pelo estudo. Isso me levou a deixar este lugar e ir para casa de minha irmã Dalul, que me fez estudar com um leigo, mais moderado.

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Página da Bíblia em árabe

Retornando mais tarde a Mimes, meus pais me fizeram reingressar na escola do padre ortodoxo, que continuava dando aulas na igreja, com o mesmo rigor exagerado. Um dia o meu irmão Chequer foi comigo á igreja, para ver se me fazia vencer o medo que sentia do padre.

— Por que você não quer estudar? — o padre perguntou.

— “Porque não quero”, respondi assim, para esconder que o verdadeiro motivo era o temor que sentia pelo mestre. Então, o padre, as vistas de Chequer, pediu a dois alunos mais velhos que me pegassem, me amarrassem os pés unidos, seguros por um pedaço de pau e corda. Deitaram-me e me castigaram as plantas dos pés, até ficarem em carne viva. Quando me livrei das amarras, levantei-me do chão e o xinguei com todos os nomes feios que sabia. Ele ficou fora de si. Mandou que dois meninos me perseguissem, mas não me pegaram.

“Prevendo o perigo da perseguição pelo padre, no dia seguinte de madrugada, fui com meu irmão lavrar a terra de trigo. E foi uma previsão acertada. Lá pelas 8 ou 9 horas da manhã, o padre chegou até minha casa e perguntou à minha mãe onde estava “el mandub Youssef” (o condenado José). Ela respondeu que eu não estava lá. Mas ele não acreditou. Como nós tínhamos um taben (lugar onde se guarda o alimento de criação no tempo de chuva), o padre foi me procurar aí. Levantou a tampa e desceu ao taben para ver se não me encontrava escondido por lá. Saiu profundamente irritado por não me ter encontrado. Creio ter escapado do maior perigo.

“Finalmente, diante dos maus tratos que o padre infligia aos seus alunos, vários pais de família ficaram revoltados e conseguiram mudar o professor. O novo mestre, Mansur Kanfur, leigo, se mostrou um bom orientador e no ano que fiquei sob sua instrução, devo tudo o que consegui de estudos na infância. E fiquei nisso, por falta de maiores recursos para poder ir a outras escolas”.

E José Kairalla interrompeu seu relato sobre os estudos. Mas nós sabemos que ele nunca deixou de ler, de acompanhar os grandes acontecimentos sociais e políticos. Mais ainda, fez todos os seus filhos cursarem boas escolas. Embora com mais de 80 anos, sua letra ainda é firme, ágil, conforme podemos ver nas inúmeras páginas de anotações que nos deixou.

O trabalho começa bem cedo

E a venerável figura do nosso vovô continua lembrando:

— Já aos 10 anos ajudava o meu pai no ofício de ourives. No tempo da colheita do trigo, depois de havermos colhido em nossas próprias terras, trabalhávamos para os outros proprietários. Ganhávamos dinheiro trazendo o grão até o terreiro das fazendas e, mais tarde, ajudando a moer. Um kirx (mais ou menos um tostão) era o que ganhava por dia. Também a partir dos 10 anos passei a acompanhar meu pai, que andava pelas redondezas a fim de vender o produto de seu labor e receber algumas encomendas. Lá as cidades não eram muito distantes umas das outras. Fazíamos os percursos a pé. Más, não ficava apenas nisso. Muitas vezes ia também ajudar o meu Tio Jorge, que era barbeiro, a mover o amolador para afiar os seus instrumentos.

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Antigo bracelete árabe

“Aos 12 anos me iniciei no oficio de ourives. Com o meu pai ia desvendando os segredos e as técnicas. O meu primeiro serviço, eu era ainda criança, saiu torto. Papai colocou minha mão sobre um “seden” (torno) e me deu bateu com um martelo dizendo: “Isso é para você endireitar o serviço; se não souber fazer o trabalho, não faca”. E me deu a peça para ser refeita”.

“Não trabalhava apenas. Lembro também dos momentos de brinquedo. Gostava, então, de jogar golfe. Em tempos de chuva, quando o chão ficava molhado e consistente, brincávamos de atirar lanças feitas de madeira. Um atirava em primeiro lugar. O atirador seguinte, caso conseguisse derrubar a lança do primeiro, ficava dono da “arma”. Brincávamos também, naqueles tempo de criança, com caab (junta de carneiro): fazíamos um jogo parecido com os piões dos meninos brasileiros. Havia inúmeros brinquedos, alguns bastante semelhantes aos das crianças do Brasil. Com gargalos de moringa brincávamos de telefone, como a gente vê hoje as crianças usando caixinhas”.

O aprendizado no comércio

— Aos 14 anos comecei a me ausentar de casa, acompanhando mercadores. Na primeira vez meu pai me mandou a Damasco, com uma caravana, para procurar emprego. Foi uma viagem inesquecível. Deixamos Mimes. Eu ia sobre a carga dos burros. À noite, pousamos em Rachaya Eloade. Na manhã seguinte partimos com destino a Damasco. Ao deixar Rachaya fomos surpreendidos por uma tempestade de neve com ventania nas redondezas de Kur-antar. Assim, ao chegar a nosso destino, eu estava com as pernas entorpecidas pelo frio. No albergue, onde os tropeiros faziam suas refeições, eu mal conseguia andar. Contudo, no dia imediato, na Capital, eu me encontrava disposto e fui procurar emprego.

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Damasco – gravura de William Bartlett (1809-1854)

“Em primeiro lugar fui à casa de Kalil Tanus Chadded, primo irmão de minha mãe. Com sua intervenção logo arrumei emprego com Aid-el-Aid, iniciando com ordenado de 55 kirx. Deveria, com Aid-el-Aid, deixar Damasco para ir negociar na região de Jebel-el-Duruz. Havia sido uma área deserta, dominada por beduínos, até que começou a ser povoada pelos representantes da seita Duruz (druso), fundada por um ditador egípcio. Os duruzes (drusos) eram homens valentes. Haviam fundado uma cidade que agora era importante, tendo antes conseguido afastar os beduínos daquele deserto inóspito.

“Saal-had (?), guarnecida por uma fortaleza circular, foi a cidade de Jebel-el-Duruz em que Aid-el-Aid havia estabelecido seu ponto de comércio. Sendo ele de família tradicional e importante, tinha lá um madafuc que, de acordo com a tradição, acolhe e dá abrigo e comida a todos viajantes que aparecessem por lá”.

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Viajantes no deserto e seus acampamentos

“De Damasco até Saal-had viajamos no lombo de camelos. Mas, uma vez assentados em algum lugar, palmilhávamos a cavalo as redondezas. Atravessamos terras desertas, onde negociamos com beduínos e criadores de camelos. Visitamos acampamentos. Muitas vezes íamos carregados de mercadorias e voltávamos com outras, porque a tradição de comércio naquela região ainda era a de troca de mercadorias. Levávamos tecidos e roupas para os beduínos e trazíamos dinheiro, manteiga, lã, carneiros”.

“Durante sete meses, de abril a outubro, fizemos comércio. Além disso, torna-se improdutivo permanecer na região. Vêm as chuvas e os beduínos se recolhem mais a fundo nos desertos. Estava cumprido o meu trabalho. Voltei a Mimes, onde continuei a ajudar meu pai em sua arte de ourives e também a cultivar cereais em nossas terras”.

Aos 15 anos retorna a Damasco

— Voltei uma segunda vez a Damasco para conseguir novo emprego. Estava então com 15 anos de idade. Desta vez para trabalhar com Calil Cury e Irmão. Eles tinham um estabelecimento comercial em Damasco e outro em Orrmen (?), localidade em Jebel-ed-Druz. Deveria eu trabalhar em Orrmen, percebendo 75 kirx. E lá estou eu novamente vencendo distâncias no lombo de camelos. Desta vez, porém, não tinha que andar pelos desertos. Fiquei no próprio estabelecimento comercial de Calil Cury, em Orrmen. Porém, mal completava três ou quatro meses de permanência, aconteceu um conflito entre os Druzes e uma ala do exército turco; o que determinou a paralisação do comércio e provocou a retirada de todos os que lá se encontravam. O comércio ficou totalmente interrompido”.

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Viagem pelo deserto. Gravura de Richard Karlovich Zommer

“Nossa viagem de regresso a Damasco foi impressionante. Viam-se cadáveres nus pelas estradas, nos campos”.

Fatos como esses ficaram profundamente marcados na memória de José Kairalla.

Uma situação de perigo e risco de morte

No ano seguinte, pela terceira vez, voltou o jovem José Kairalla, então com 16 anos, a Damasco. Conta ele:

— Empreguei-me com Mekail Lauand. Era comerciante estabelecido em Hauran, na cidade Guzun. Aí, encontrei a família Cheded, líder da cidade, e que vinha a ser parente de minha mãe. Dizendo que “os parentes têm preferência” não me deixaram ter qualquer espécie de despesas com comida.

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Confrontos no deserto

“Trabalhei com afinco. Em outubro, retornando a época de chuva, voltamos a Damasco. Mais uma vez os Cheded se mostraram bons. Fretaram um camelo, especialmente, para o meu regresso”Na viagem de volta me aconteceu um fato inesquecível. Logo na primeira saída, cada pessoa era interceptada. O povo muçulmano de Hauran estava ainda com os ânimos exaltados contra os drusos, em vista do grave conflito acontecido no ano anterior, aquele mesmo  que tinha forçado o meu regresso a Damasco antes do tempo. Os embaraços aconteceram, porque ao sair de Hauran eu me vestia à moda dos drusos Druz, com as roupas que havia adquirido nos dois anos anteriores naquela região. Fui tido como suspeito. O parente que me acompanhava, jurava que eu não era Duruz e tentava, inutilmente, explicar a causas do mal-entendido”.

‘Eu precisava passar por uma prova, acabaram concordando. Vem de longa tradição no Egito o uso de circuncisão. Assim, conforme era o previsível, a religião que vigorava em Duruz, colocada ali sob influência egípcia, prescrevia a circuncisão. É por essa razão que os muçulmanos de Hauran apenas aceitariam as palavras do meu parente Chaded se eu fosse submetido a uma prova. Isto é, apenas depois de me examinarem a “zabra” (pênis) é que se colocou um ponto final na questão. Eu não era circuncidado. Não devia ser druso!”.

Agora, lembrando este acontecimento, Gido comenta:
— Como se vê, a cabeça de baixo salvou a cabeça de cima!

O malandro e a correção

Com 17 anos, pela quarta vez José deixou Mimes, seguindo para Damasco, a fim de conseguir nova colocação. Ainda com ordenado de 75 kirx, entrou para a firma Kalil Abunemer & Aid-el-Aid. Deveria ir comerciar, nesta oportunidade, na cidade de Malaha-el-Sarrar (?), em Jebel-ed-Druz, onde a companhia tinha um estabelecimento comercial. Malaha-el-Sarrar, lugar inóspito, antigamente servia como expressão equivalente a “fim do mundo”. Nova viagem de camelo, durante três dias.

Neste tempo, apareceu na loja um camponês de Druz, pedindo a Youssef que fizesse um documento. O homem explicou: “Estou precisando de dinheiro. Minha irmã pode dispor da quantia que desejo. Necessito de um documento de compromisso que devolverei o dinheiro, depois da colheita.

E conta José:
— Terminou a colheita, porém, o camponês não quis devolver o dinheiro para a sua irmã. Ela pediu. Mas ele se negou, respondendo que ela devia, para isso, exibir um documento que provasse a divida. Era impossível, o papel havia desaparecido”.

“A mulher foi então pedir a intervenção de Amim Judieh, que era vizinho da casa comercial em que trabalhava. Judieh, membro de família libanesa tradicional, atendeu as súplicas e pediu que ela retornasse mais tarde. Acrescentou que “se o rapaz se lembrar do caso, você receberá o seu dinheiro sem dificuldades”.

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Palestinos na gravura de William Batlett (1809-1854)

“Usando seu prestígio, Amin Judieh reuniu algumas pessoas importantes em sua residência. E o que era sinal de distinção, ofereceu café aos seus convidados. Agradeceu a presença de todos e contou o sucedido. Arrematou afirmando que toda solução dependia do seu amigo Youssef lembrar do que realmente ocorrera. Confessou que me chamava de yahabibe Youssef (querido José) e que eu, por minha vez, o chamava de Hahm Amin (?). Finalizou dizendo: “Se um dia visse Youssef comendo carne morta, eu comeria junto, porque não duvido de nada a respeito dele”.

“Dito isso, ele me chamou à reunião e me deu café. Todos ouviram atentos o que eu dizia. No dia seguinte, apareceu a mulher para agradecer ao senhor Amim. Ele respondeu: “Agradeça ao jovem Youssef, cuja palavra e cuja lembrança foi o verdadeiro documento de prova da dívida do seu irmão para você”.

Notícias e negociações

Os patrões de José Kairalla apreciavam sua dedicação. Por isso, antes de retornarem a Damasco, com a aproximação do tempo das chuvas, pediram ao jovem que ficasse em Malaha-el-Sarrar, para tomar conta do estabelecimento.

— E eu me comprometi a ficar, apesar de ter que enfrentar sozinho os rigores da região e os cuidados de guarda da casa comercial. Nesse meio tempo, no entanto, recebi uma carta de meu irmão Dib, que me convidava para ir à América. O patrão ficou descontente em perder seu ajudante.

“E disse que não me pagaria se eu fosse embora. Para resolver o caso, rumei para a cidade próxima de Orrmen, a pé, para falar com Milhaim Haded, pai de Said e Jamil Haded, que hoje se encontram no Brasil. Eu o chamava de Tio. Contei-lhe o fato. O sr. Milhaim Haded, muito amigo, apenas almoçou e me acompanhou a Malaha-el-Sarrar, para falar com os meus patrões. Eles disseram que não queriam me pagar, porque eu havia me comprometido a ficar lá durante o tempo de chuva”.

“Tio Haded retrucou que eu não era escravo e que ele próprio não sairia de lá, enquanto não recebesse o dinheiro que me era devido. Afinal, conseguimos entendimento. Voltamos a Orrmen, onde Tio Haded me apresentou a um amigo, que me levou de volta a Damasco”.

Por causa de meio Kirx

— Em Damasco, antes de retornar a Mimes, fui até uma firma importante para fazer compras para o Natal: nozes, açúcar.

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Antiga moeda síria

Feitas as contas, notei que me faltava, no momento, meio kirx para completar o valor da compra. Pedi aos vendedores que me tirassem a quantidade de mercadoria correspondente ao meio kirx. Não fizeram isso, embora eu explicasse que deveria seguir para a América e talvez nunca mais fosse retornar até lá. Disseram que isso não tinha importância.

“No dia imediato, os tropeiros retardaram a viagem. Aproveitei o tempo para retornar à casa comercial e completar o dinheiro. Lá me disseram que aquela importância não pagava nem mesmo o tempo que eu havia gasto para ir e voltar a fim de saldar aquela pequena diferença. Mesmo assim, receberam o dinheiro, mais pelo seu significado moral, e me desejaram mil venturas no Mundo Novo”.

A viagem para o Brasil

— Fiquei em Mimes até abril. Festejamos lá o Natal. Semeamos.

“Em abril de 1898 fui com Miguel Tarcha e Daer Chadad até a cidade de Sur, onde estava um parente de minha mãe, Salim Chaded, comerciante estabelecido em São Paulo, e que se encontrava naquela cidade para se casar. Ele nos iria acompanhar em nossa viagem ao Brasil”.

“Antes mesmo de deixarmos Sur, fomos denunciados como imigrantes. A denúncia, visto a Turquia ter proibido a imigração de sírios, era grave. Isso motivou nossa prisão durante quatro horas. Mas, como esta dificuldade já estava prevista, dissemos que iríamos apenas até o porto egípcio de Alexandria, e não até o Brasil, conforme a denúncia feita. E exibimos nossas passagens”.

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Ruinas do porto de Tiro (Sur) – gravura William Bartlett (1809-1854)

[Nota: Sur é o nome atual da histórica Tiro, a antiga cidade fenícia no Líbano na costa do mar Mediterrâneo. Sur significa “rocha”].

“Com isso, conseguimos deixar a Síria [o Líbano]. Tomamos um barco movido a remo e bastante lento. A meio caminho houve uma forte tempestade e a embarcação só não pereceu porque estava carregada de pedras de moinho, que lhe deram estabilidade. Mesmo assim, nos desviamos completamente da rota, indo aportar em Chipre”.

“Havia corrido o boato de que o barco havia se perdido. Por isso, mal chegamos a Alexandria, telegrafamos aos nossos, contando que estávamos bem”.

“No Egito, tomamos um vapor italiano, que levou 22 dias para alcançar o porto de Santos”.

“Finalmente, em maio de 1898, chegávamos ao Brasil”.

Apresentação  –  Líbano-Síria  –  Juventude  –  Brasil 
Casamento  –  Filhos  –  Curiosidades  –  Fotos

Uma resposta para JUVENTUDE

  1. ANA LIGIA KAIRALLA disse:

    Olá, tudo bem? Meu sobrenome também é Kairalla, creio que sejamos da mesma descendência. Gostaria de contatos.
    Desde já agradeço.

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